Sol em Londres

Saturday, March 26, 2005

Latinices

Mais uma noite e já começo a conhecer mais sítios onde ir sem gastar muito dinheiro.
Impulsionado por uma festa de anos de uma rapariga das Maurícias encontrei-me na fila de espera à entrada de um club latino, o Fiesta Havana, onde supostamente passavam salsa, merengue e afins. Eram 10 da noite e a fila não se mexia. Não porque fosse demasiado cedo, mas porque já estava completamente cheio! Segundo o porteiro a hipótese seria esperar pela meia noite, altura em que muita gente saí com a inteção de apanhar o último metro de volta a casa. Este pessoal é mesmo estranho!!! Até num club latino entram antes das 9 e saem antes da meia noite! Assim não vale! É contra as regras do espírito relaxado do sul: sempre atrasados!
Lá acabei por ir para outro club perto, o The Loop, com uma entrada muito posh, com estilo e cheio de gente bem vestida. Não paguei nada para entrar. Começou bem. Tinha 3 pisos, com bar/restaurante, bar/pista de dança e no último a pista de dança propriamente dita. Aqui finalmente encontrei o verdadeiro espírito "bife" da noite londrina. Não me lembro de alguma vez ter estado num sítio em que a música fosse tão má (tudo o que é mainstream, desde R'n'B, oldies, hip-hop, sem qualquer tipo de mistura, saltava-se de uma música para outra como quem troca de CD - e se calhar era mesmo isso que o tipo estava a fazer) e as pessoas estivessem a curtir tanto! Tudo uma cambada de bifes e bifas bêbadas a delirarem, com a música (que era uma merda, como já disse), com o ambiente e com o copo que têm na mão, isto porque toda a gente tem que ter um copo, faz parte do estilo. Depois passam o tempo todo a olhar para os lados para se aperceberem de quem é que está a reparar no "eu", aos encontrões uns aos outros, a rirem-se como uns bêbados (bem, mas quanto a isso têm desculpa... estavam no ponto). Horrível!
Passada uma hora era tempo de voltar à carga no Havana. Desta vez demorou menos tempo e quando estava lá dentro, só as bifas me faziam lembrar que estava em Londres. Música sul americana, basicamente salsa, montes de pares a dançar. Estava também lá o velhote da praxe, bem dançante sempre com uma rapariga com um quarto da sua idade e deliciada pelo velho dançar tão bem. A população masculina era basicamente composta por gajos baixos atarracados, de cabelo preto e oleoso, suados de tanto dançar, pele queimada e com um aspecto miserável... mas as bifas deliram! Gajos, querem um conselho? Aprendam a dançar salsa, passem uma semana seguida na praia e depois venham para Londres, é sucesso garatido! No fundo, a música é que salvou a situação obrigando a dançar e a não deixar ninguém parado, tal o ritmo. Um sítio fixe para ir passar uma noite. À saída reparei que às quartas-feiras é noite brasileira... imaginem lá onde é que eu vou na próxima? ;)

Tuesday, March 22, 2005

Scoring High

Eias!

Bem, cada vez com menos tempo para escrever, menos tempo para fazer as coisas que realmente quero e muito tempo passado a trabalhar. Muito tempo mesmo... acho que é aquilo a que chamam vida a sério. Lembro-me de há uns dias estar a tentar combinar um almoço com o Frederico (um amigo tuga de cá) e dele me dizer que não podia, "terça-feira é non-stop, só tenho tempo para uma sandes rápida e depois de volta ao laboratório" e de me por a pensar, este gajo é doido! Só tem tempo para uma sandes? E que é feito do almoço como deve ser? Pois é, por aqui o pessoal pensa mesmo no trabalho muito a sério, hoje até me cruzei com uma gaja na rua que ia a ler um livro enquanto andava! No autocarro e no metro é normal, mas enquanto anda pela rua??? Não deve dar jeito nenhum, além de as letras andarem aos saltos cá de uma maneira que obrigam a usar óculos fundo de garrafa (mais cedo ou mais tarde, até porque esta rapariga não os tinha... ainda!). E em relação ao metro.... bem, gente em pé com uma mão a agarrar uma das barras de apoio (para não cairem) e a outra a agarrar o jornal (também para não cair) e a lerem, também não faltam. Não devem ter tempo para isso noutra altura, uma beca stressados... Voltando ao assunto do almoço, referi o "almoço" com o Frederico porque ontem tive 25 minutos para ir ao supermercado comprar uma sandes, comê-la e voltar a tempo de apanhar a centrifugação no fim. Estarei a tornar-me londrino? Workaholic? Nope, no mesmo dia deixei a minha colega de laboratório a acabar o meu trabalho para eu ter tempo de ir ao ginásio para uma sessão de "circuit tranning" (para quem sabe, compreende o sofrimento e a necessidade de lá voltar todas as semanas, para quem não sabe, é uma espécie de treino estilo tropa, durante hora e meia sem qualquer paragem... é duro... muito duro!), eheh. Ela não se importou, o pior foi mesmo dar de caras com ela na rua, quando me vinha embora do ginásio, passadas 2 horas, e ela vir-se embora do laboratório na mesma altura. ooops! enfim, mostra que apesar de tudo, ainda sou capaz de ser bastante tuga :) Hoje foi mais um dia de sessões laboratoriais sem parar, parece que será a minha sina nos próximos tempos.
Voltando ao laboratório, o ambiente que se vive por lá é bastante fixe. O meu orientador é um cabeça no ar, sempre divertido e a contar piadas e com um bom sentido de humor (isto é, ri-se das minhas piadas, o que é sempre fixe, não vá eu ficar pendurado). Depois há a tal "colega de laboratório", uma rapariga italiana que caíu em Londres sem saber falar bem inglês (percebe metade do que eu digo e 5% do que o nosso orientador diz), de tal maneira que sempre que o orientador fala ela fica a olhar para mim, à espera da tradução. Sim, o facto de saber falar italiano ajuda, ou seja, ando a praticar à grande traduzindo-lhe montes de cenas enquanto ela vai tentando aprender a falar inglês. Basicamente, ando à grande pelo laboratório, sou o maior! E ainda mais quando ontem arranjei uma máquina de café topo de gama para o nosso laboratório. Já explico. A necessidade de café mantém-se. No fundo é mais uma necessidade daquela pausa após uma refeição, a conversa, o espreguiçar-me para trás na cadeira, levar aos lábios um pouco de café quente, o acender do cigarro e esperar que chegue ao fim [remark: não fumo! estou só a descrever uma situação - isto é mais dirigido ao meu irmão e família, conservadores por excelência], o antecipar do trabalho e ganhar energias para me levantar da cadeira. Como na sua maioria, o pessoal que anda por cá é movido a trabalho, não precisam disso, então não existem máquinas de café, nem sequer de filtro. Não existe cultura do café, poucos são os que apreciam, poucos sabem o que estão a beber e ver pessoal a andar por aí com um copo de cartão com um "cappuccino" lá dentro também são aos pontapés. E exibem todos um ar sorridente por passearem o seu copo "Starbucks" pela capital da Europa. Ou então, estão mesmo só com pressa para chegar ao trabalho. Eu preciso da minha pausa para continuar a ser produtivo! Então lá desencatei uma máquina de filtro velha e por processos que agora não vou descrever por serem muito complicados e exaustivos (envolvem a secretária do departamento, charme português e muita lábia) transformei-a numa máquina da Siemens topo de gama (com "Design by Porsche"! yep, é verdade, é pena é não ser uma máquina de espressos, onde os cafés sairiam a 300 à hora), que pertencia ao Director do Deparmento. Então foi ver a cara do pessoal do laboratório e dos anexos a verem-me chegar com o meu troféu ;)
Bem, já ando a marcar muitos pontos... É pena é não poder contar tudo o que me acontece num blog de livre acesso...

Thursday, March 17, 2005

Roaming Around

Ja' trabalho!! Ja' estou no lab e e' daqui que vos escrevo isto (como deve dar para ver pela falta de acentos)... quer dizer, parece que afinal nao trabalho assim tanto :P
Enfim, la' consegui encontrar-me com o professor que me vai orientar (nao e' esse tipo de orientanco, Edgar, apesar de eu estar "em Londres") e pos-me a trabalhar num projecto engracadito, o tipico conseguir isolar uma enzima, purifica-la, produzi-la aos milhoes e depois conseguir um cristaizinhos de modo a obter a estrutura em 3D da molecula...onde e' que eu ja' ouvi isto.... (e' mais ou menos o mesmo que estive a fazer no lab da Prof.Maria Joao Romao).
Como ja' ando a trabalhar vou ter menos tempo para andar a escrever estas coisas e cada vez menos pormenorizadamente. Sempre que me lembrar de uma cena mais fixe e tiver tempo, vou escrevendo. Por enquanto fica so' um plano do que se segue. Hoje 'a noite, festa num barco, que durante 4 horas vai andar a vaguear pelo Thames, para comemorar o St. Patrick's Day, feriado Irlandes que e' bastante festejado por aqui (como o nosso Sto. Antonio). Estou a pensar em ir para norte, ao Peak District, pelas ferias da Pascoa (e' mesmo inacreditavel, comeco a trabalhar tarde como tudo, depois de quase 3 semanas a vaguear por aqui, e uma semana apos o inicio ja' me vao dar ferias!!), por isso se alguem tiver algum conselho para dar, forca. Se calhar ainda dou um saltinho a Leeds, ja me disseram que a noite por la' e' do melhor, deixando Manchester a um canto. Por mim, ainda bem, desde que seja mais barata que a de Londres ja' fico contente :) Estas ferias no fundo ate que me deixam a sentir uma beca mal, ja que 2 semanitas depois vou passar 10 dias a Eindhoven para uma conferencia (com tudo pago, eheh)... ate' parece que so' ca' vim passear... ;)

Sunday, March 13, 2005

Andy Cato Grooooooooooves!!!

A noite ontem no Neighbourhood foi excelente! Finalmente fui a uma das festas de que já tinha ouvido falar, numa disco estilo barracão, que de bonita e fashion não tem absolutamente nada, com montes de pessoal de estilos super variados (e bem "avariados") e com a melhor música! Se conseguir ir a algum espectáculo do Norman Cook é num sítio destes que o imagino. Aqui só se vai pelo som.
Andy Cato é um dos elementos dos Groove Armada que foi convidado para a festa de aniversário da Neighbourhood, motivo mais que suficiente para estar uma fila gigantesca à porta, com pessoal a querer levantar bilhetes que já tinha pago, outros a quererem comprá-los. Eu (e o pessoal que veio atrás) como bom tuga não tinha tratado de nada, daí que tenha recebido com desapontamento a notícia de que "já não há bilhetes! 'sold-out'", enquanto estava na fila. No entanto havia um trunfo... comigo ia a Teresa, uma rapariga nortenha que não se deixa ficar assim sem mais nem menos. Avançou até à frente da fila (onde estão os gorilas com os rádios) e voltou com três entradas que nos permitiam passar à frente de toda aquela gente. Éramos 5, e passado um pouco apareceram mais 2 amigos meus... complicado? Não, entrámos todos! Houve até outra cena gira. Antes de entrar, o pessoal estava a amontoar-se à porta porque tinha rebentado um cano e ninguém podia passar, nem mesmo o próprio Andy Cato que chegou nesse momento e que entrou pouco antes de nós. Quase como se barrassem o DJ.
De resto lá dentro, é o ambiente que falei, espectacular, mas que só durou até às 2:30, quando as luzes da disco se acenderam todas a relembrarem que estamos em Londres e nem mesmo num acontecimento especial como este, certas discos pagam a licença para ficarem abertas até mais tarde. Também para que não me esquecesse mesmo de onde estava, o Sr. simpático do bar cobrou 7 simpáticas libras por um Jack Daniels... enfim.
Estou a queimar os últimos cartuchos antes de começar com o meu trabalho, nesta semana que vem, porque até agora só tenho curtido à grande as minhas férias em Londres ;)

Tuesday, March 08, 2005

a curtir a cidade

O que fazer por Londres quando se tem todo o tempo do mundo?
Bem, como só começo com o estágio lá para meio de Março ando uma beca a fazer turismo. Ok, nem é bem turismo, já que é tudo numa perspectiva de quem fica cá por mais tempo. Não ando propriamente a fazer tudo à pressa a pensar que me vou embora daqui por semana. Isto torna as coisas bem mais interessantes. Aliás, imaginando que me iria embora daqui por 3 ou 4 dias, teria tido 2 semanas de férias realmente sensacionais, porque não há tempos mortos por aqui (não escrevo este blog porque ando sem nada para fazer, mas porque de vez em quando, gosto de vos dizer o que se passa por cá). Então, como é que ocupo o meu tempo? Bem, ando a dormir pouco já que me deito uma beca tarde (tenho que mostrar a esta gente que um gajo do sul não vai para a caminha às 0:00 de modo a acordar fresco no dia seguinte) e acordo cedo. Isto soa estranho, é verdade, mas é só porque o pequeno-almoço (grátis, para os residentes na residência) acaba às 9:30 e poupam-se umas largas libras se o tomarmos por cá (embora, emborcar um ovo estrelado, salsichas, fritos e café é uma mistura explosiva logo de manhã, especialmente para quem ainda está a esfregar os olhos enquanto espera na fila da cantina). Além de que é a maneira perfeita de encontrar montes de gente e combinar várias coisas para o dia. Ir dar uma volta por algum parque, combinar um almoço, uma ida ao ginásio, onde é que se vai beber a cerveja desta noite, ao quarto de quem é que vamos ver um filme. Esse tipo de cenas.
E depois hão os museus (eheh, sempre quis usar esta forma do Haver), que são aos montes e muitos são de borla. Hoje, por exemplo, fui de manhã ao British Museum. Uma coisa enorme, com montes de salas, montes de exposições fixas e outras tantas temporárias, de todo o lado do mundo. Assim uma espécie de Louvre (mais pequeno, como é óbvio) mais virado para a cultura histórica que para a Arte. Já lá vi uma exposição sobre espadas japonesas e era realmente impressionante. Hoje foi a vez de dar uma olhadela à famosa "Rosetta Stone", uma pedra com quase 2000 anos encontrada em Rashid, uma terra no norte do Egipto e que permitiu decifrar a escrita hieroglífica do antigo egipto, já que a pedra tem inscrições do mesmo texto em três linguagens diferentes (grego antigo e dois tipos de escrita egípcia usados nessa altura). As coisas que aprendo nesta cidade. Depois também existe um museu da ciência muito giro, com montes de curiosidades, exposições de fotografias, de música, de história de tudo e mais alguma coisa. Ah, e são à borla (a grande maioria), por isso, aqui só é burro quem quiser.
Entretanto, arranjo tempo para ir ao ginásio montes de vezes... bem, a ideia não é ficar um boi! Quero é ver se ponho o meu ombro a funcionar outra vez como deve ser para já no mês que vem me inscrever num ginásio onde se faz escalada indoor. Já me ando a "movimentar" pelo meio e a conhecer mais pessoas que fazem escalada, o que não parece ser nada de extraordinário por aqui. Fixe! Não vou ter que andar mais a chatear ninguém para ir escalar comigo com a promessa de que vai ser "giro" ;)
Entrar no esquema das libras já começa a ser mais fácil, combinar com várias pessoas almoços ajuda a descobrir sítios onde se paga (relativamente) pouco e onde se come (ainda mais relativamente) bem. Isto é, pagar à volta de 5/6 libras por um prato... raio de cidade!
Como isto está a ficar longo, fica só a ideia de que esta sexta-feira devo ir ao "Neighbourhood" curtir o som do DJ set do Andy Cato, um dos membros dos Groove Armada :)

Ah, é verdade... já ando sem cachecol e gorro ;)

Thursday, March 03, 2005

Living exquisitly

Já sabia que as noites em Londres são caras, mas parece que há muito pouco que fazer se não houver dinheiro para gastar. Quer dizer, andar de quarto em quarto, conhecer pessoal novo, ir a bares de estudantes em universidades é fácil. Mas quando se trata de "sair" mesmo (clubing, segundo o léxico cá da malta) há que largar a nota... à volta de 15 libras, para ser mais exacto!
E é um grande negócio, que envolve gente encarregada de angariar clientes para os clubs mais in. São como que os RP da disco, e que têm que, nas noites que lhes compete, levar qualquer coisa como 250 pessoas na sua guest-list. Acabei de saber isto com um RP... o namorado de uma gaja de cá. Ela está a entrar no negócio, a divulgar uma festa de abertura de um club que vai passar a ter mais uma noite de Funk/R'n'B. Eles ganham dinheiro (muito) com isto, e o pessoal que é "convidado" tem direito a figurar na guest-list. Tudo só pelo show-off. Tem muito mais pinta dizer "eia, bora esta noite ao Tantra, estou na guest-list e podemos entrar todos", é claro que cada um tem que pagar à mesma as 15 libras, só para entrar, mais aquilo que beber lá dentro (à volta de 6-8 libras por bebida da tanga). Isto nas discos mais in, já que este gajo (Mustafah de seu nome, residente em Londres há uma data de tempo, e dentro do mundo da noite há 4 e tal) já organizou festas para gente como o P.Daddy (tive que perguntar outra vez, pois sem o Puff antes não percebia nada), Christina Ugliera (é a Aguilera, mais uma "piada" deles) e outras tantas celebridades. Depois têm que se preocupar com o pessoal que convidam. Por exemplo, nesta festa o "dressing code" é "Exquisite"!!
Tratam-se dos clubs mais VIP, onde o conceito de "barrar pessoal à entrada" é mais que uma realidade se: não estivermos na guest-list, se não estivermos vestidos a rigor, se o penteado não é suficientemente fashion (um cabelito desalinhado pode querer dizer que não pertencemos à elite, ou então tem que estar "fashionably" desalinhado). Depois podemos reservar mesas, comprar garrafas para a malta (180 libras!!!!), tudo ainda e só pelo show-off. Ou então, como me disse o Mustafah, porque há dinheiro a mais e não têm onde o gastar. Enfim, é outro mundo. E para poder entrar só há que conhecer as pessoas certas (fixe, com essa parte parece que já estou no bom caminho) e ter muito dinheiro, pelo menos as 15 libras só para entrar (foooda-se.... lá se vai a minha oportunidade!). Ahh, é verdade, ser fashion também ajuda! Uma gaja que estava a jantar comigo ao saber desta festa saiu-se com "great, so I have to buy a new skirt!".... errr... pois... então são as 15 libras mais o guito para a roupa, para o gel, para o perfume, os acessórios niger style (os "ice-cubes", as correntes ao pescoço).... and so on and so on.
Aqui tudo acontece, tudo se passa. Os ambientes de video-clip R'n'B estão mesmo só a uma "connection and some 50 quid away"...
Ahh, mas ninguém me tira o sorriso de pobre da cara quando vejo o sol aparecer!!!! E isso é borla...

Tuesday, March 01, 2005

Portugal dos pequeninos

Hoje decidi que devia ter um mapa como deve ser da cidade, portanto, fui à "Stanford's", a maior loja de mapas do mundo. Bem, não dúvido, aquilo são três pisos de mapas para todos os gostos e feitios (cartas topográficas de todo o lado no mundo, cartas militares (!), mapas grandes, mapas pequenos), de guias de viagem, de livros. Enfim, a loja respira viagem. Acabei por não comprar um mapa como deve de ser... eram muito grandes (e caros), e trouxe um daqueles normais que todos os turistas têm.
O que realmente me deixou indignadíssimo foi ver que Itália tem direito a algo como um corredor (por aí umas 15 estantes) de mapas e guias, Espanha outras tantas, a Grécia para aí umas 5 ou 6 e por aí fora. Como é normal, pus-me à procura de Portugal... procurei, procurei, procurei, subi ao andar de cima, desci ao andar de baixo, voltei a Itália, Espanha e finalmente descobri que tiraram uma das estantes de Espanha, refundida ao canto da loja, para lá porem uns quantos guias sobre o Alentejo, Açores, Portugal e Lisboa... vendemos mesmo mal o nosso país!!! É por isso que só temos a carrada do costume de bifes que por lá aparecem no Verão. As hordas de turistas mantêm-se a leste. Bem, se calhar até é melhor assim... a Costa já é o que é no Verão... gosto de Portugal sossegadinho e calmo. Os chinocas "kodak" e os americanos que se deliciem com as torres inclinadas de Itália e com os machos dos toureiros espanhóis (com uma roupa daquelas como é que eles podem ser considerados machos??!!!?) e deixem para nós os pastéis de belém, os entrecostos e os coiratos.
By the way, uma das empregadas da caixa é portuguesa. Apeteceu-me escrever isto...

Quem é que é o Ross???

Alguém sabe quem é que é o Ross da série "Friends"?? Eu nunca vi nenhum episódio da série e já é unânime, segundo várias raparigas: eu faço lembrar o Ross... Isso é bom ou mau?
(podem por posts, comentários, por baixo desta mensagem... ou então enviem-me um CD com algum episódio da série. Espero que o Ross seja giro :)

Once you get started....

Bem... há tanto para contar...!
Estou instalado numa residência, International Hall, no centro de Londres a 10 min. a pé da Oxford Street. É bastante central, acreditem. Isto é uma pequena loucura, como imagino serem todas as residências, onde há sempre alguém algures, algo para fazer. Conhecer pessoal nunca foi tão fácil. Já sabem, se se sentirem solitários inscrevam-se numa qualquer residência e a vida terá uma cor diferente (a minha passou das cores azuis e laranja do por-do-sol na Caparica para o cinzento e azul pálido de Londres.... mas a minha camisola vermelha e a amarela ajudam a que eu não passe despercebido nesta cidade e a torná-la mais bonita ;)
Para tentar afastar a ideia monocromática desta cidade ontem aproveitei o sol que apareceu (aleluia!) para mais uma volta de reconhecimento. Desta vez foram só 3 horas a caminhar, mas que valeram bem a pena. A chegada a Westminster deixou-me boaquiaberto, pela magnificiência dos edificios, pela largura das avenidas, pela enormidade de tudo. Continuei em direcção ao Thames para deixar o queixo cair mais um bocadinho ao ver a Parliament Square e o Big Ben. Já ouvi gente dizer que ficaram desampontados com o Big Ben, que afinal é só um relógio, que não é tão grande quanto isso... começo a desconfiar que eles têm um quarto próprio no Vaticano e que isto já não os deslumbra. Com a simplicidade da Costa da Caparica no meu sangue (tirem-lhe a piroseira e a confusão dos fins de semana quando os bimbos vão "à praia") fiquei uns bons 10 minutos parado, só a contemplar. Continuei a minha voltinha atravessando para a outra margem, e caminhando ao longo do Thames, a passar pelo "Aquarium", pela roda gigante (estilo feira popultar, cheio de putos de mil e uma excursões, a quererem "subir" um pouco mais na vida londrina) e mais uma vez decidi aproveitar um dos bancos de jardim que estão por aí. Estes têm escrito numa placa "Because everyone needs a break to think" e foi o que fiz. Passei mais uns 20 minutos a admirar tudo isto, a apanhar na cara o pouco sol que ainda havia e a pensar "epá, se calhar vou mesmo gostar desta cidade... incrível!" (isto é mesmo de quem não tem nada para fazer... ainda vou andar por aí a fazer turismo nas próximas duas semanas, já que só começo o estágio a 15 de Março! Sinto-me uma beca inútil.... NOT! :) Passa por mim um pai com a filha, que vai toda contente a empurrar o carrinho onde deveria ir sentada, rio-me da situação e recebo um olhar carrancudo do pai. Este é londrino, de certeza, realmente os ingleses que vivem no centro de Londres não são muitos, ou são estudantes ou gente rica e muito mal humorada (também com o tempo, não admira! o frio congela a cara e mesmo que queiram sorrir não conseguem), tudo o resto é como um enorme "melting pot". Lembram-se das lições de inglês do ciclo? Isto é mesmo assim. Anda cá de tudo!
De volta à residência conheço mais uma quantidade enorme de gente da qual mal me lembro dos nomes (dos gajos, como é óbvio) e after-dinner junto-me à aula de Salsa. Pois é, tive que viajar 3900Km (em linha recta), sair do "quentinho" de Portugal para aprender a dançar ritmos latinos. Foi bem fixe, lá conheci mais montes de gente e é sempre agradável ter muitas "gaijas" com quem dançar. Aliás, o facto de eu ser alto e de todas elas usarem grandes decotes criou uma certa dificuldade em manter os olhos onde seria moralmente correcto. Pormenores... Basicamente, diverti-me à grande!
Mantendo o nível de "muita coisa para fazer e acontecer ao mesmo tempo", acabei de vir do quarto de uma rapariga iraniana (!) - há cá mesmo gente de todo o lado - onde esteve um ambiente mesmo fixe, muita gente a conversar, R'n'B na aparelhagem e uma chicha com tabaco "tutti-frutti" a aromatizar o quarto e os pulmões.
Bem, já me estou a dispersar e a tornar chato. Resumindo, tou a curtir o ambiente da cidade e apesar de hoje ter voltado a ficar mau tempo, de ter nevicado uma beca e de tudo aquilo de que me estou sempre a queixar (o tempo, é sempre o tempo!) as coisas aqui não páram!
Agora ando numa de comprar umas colunas e um leitor de CDs para equipar o meu quarto como deve ser (o amplificador deve estar a chegar nos próximos dias!)
guess where the next party's gonna be??