Sol em Londres

Sunday, May 15, 2005

Fado, do you know what it is?

Lembro-me de quando era pequeno, perguntar ao meu pai: "mas como é que é possível que gostes de Fado...? isto não tem graça nenhuma, é tão... parado!", ao que ele me respondeu, a rir, "não te preocupes. há-de chegar a altura em que vais gostar", tanta sabedoria...

Ontem fui ver... ouvir.... sentir a Mariza ao Royal Festival Hall, um dos auditórios mais antigos e carismáticos de Londres. Bem ao jeito desta cantora de Fado, sensacional que mostrou estar à altura do que se espera de uma cantora que já é internacional. O público (maioritariamente inglês, apesar de lá estar a comunidade tuga do costume, nestas ocasiões) adorou a magnífica voz da Mariza, a música, a graça que ela teve em palco, as suas intervenções em que mostrou um sentido de humor e uma ternura que tocaram qualquer um naquela sala. Desde as demonstrações de euforia até à tristeza, tudo passou pela audiência que delirou com o presente que ela ofereceu aos portugueses presentes "Casa Portuguesa" com direito a refrão cantado em coro.

Pelo meio houve ainda a cantoria e guitarrada sem recurso a "novas tecnologias, como se faz lá no bairro", ou seja, esqueçam os microfones e amplificadores. Venha de lá uma cadeira (para os músicos apoiarem o pé e se juntarem todos numa rodinha) e que a voz, ao natural, da Mariza chegue para se ouvir e ressoar em toda a (enorme e cheia) sala. E ai se não se ouviu! Que voz!

Para acabar em grande, "Ó gente da minha Terra" dedicada a todos nós, a todos que fazem do ser português aquilo que é, e que a fez chorar em palco, impedindo-a de cantar durante um bocado, para depois se recompor e arrancar do mais fundo na alma, notas capazes de arrepiar qualquer um.

Lindo!

Thursday, May 12, 2005

Uno cappucino in Roma

Está sol. Queima a pele, algo que já não sentia há algum tempo. À minha frente, na mesa de um Café na Piazza Sta Maria in Trastevere, um cappucino arrefece enquanto eu me espreguiço para trás e penso no bom que é o "dolce faire niente". Há uns dias atrás estava eu em Londres a trabalhar que nem um maluco (ok, também a ir a festas que nem um maluco, mas o problema é que há tanta coisa para fazer que acabo por não ter tempo nenhum para estes momentos de chill out) e agora aqui estou eu, sentado nesta bela esplanada, com uma magnífica praça à minha frente, enfiada no meio de um dos mais típicos bairros de Roma, Trastevere, uma fonte, putos a jogar à bola, gente só no relax, um gajo a tocar guitarra...

Sentadas comigo estão mais 4 raparigas, todas bem giras, diga-se de passagem, tornando-me no gajo mais sortudo de Roma (qualquer italiano daria de bom grado um rim, um dos membros e parte do pouco orgulho que têm para estar no meu lugar) e também num dos mais sorridentes.

Pois é, la vita è bella!

Tuesday, May 03, 2005

Gastar massa para ter boa massa

Pois é... quem pode, pode!

Daqui por umas horinhas vou estar a caminho de Roma, para um chill out bem fixe. Finalmente vou poder apanhar um solzinho decente, comer comidinha fixe, relaxar numa esplanada com estilo. Às vezes não consigo deixar de me perguntar o que é que vim fazer para Londres.... mas logo a seguir não ligo a esses pensamentos. Digamos que isto vale mesmo a pena.
Bem, continuando a minha onda "mete-nojo", acabei de comprar um vôo para Ljubljana, para onde vou no fim de Junho, logo a acabar o meu trabalho por aqui. Depois... sabe-se lá!

Na verdade, não me apetecia escrever nada de interessante, podia descrever as festas espectaculares a que fui neste fim de semana, meio rave, meio cena estilo bar, estranho, mas muito bom... mas não vou. Assim, decidi só mesmo comunicar que ando a viver à grande e a curtir o mais que posso (e desde que a minha carteira deixe, sempre um grande problema). Desculpem lá a falta de toque e de substância.

Ciao ragazzi!