Cidade cosmopolita

Começo a perceber a onda da cidade. Aqui não falta que fazer. Percorrer as ruas de Londres já é uma inspiração para uma boa gargalhada tendo em conta o pessoal que se cruza no caminho. Não vou contar melhor, digo só que há montes de gente por todo o lado, é fácil muita ser "estranha". A caminho do restaurante "O Fado", onde comi um excelente bife do lombo, com o obrigatório ovo a cavalo, acompanhado pela Amália, e regado por uma "jola" na companhia do António (um angolano bon vivant adepto da vida que Londres tem para oferecer desde há 21 anos, apreciador de Jazz, de relógios e gravatas caras, visitas "spread the seed" pelo sul asiático - bem patrocionadas pela presidência de Portugal (é verdade.... acho que acabo por conhecer as pessoas mais bem posicionadas nesta cidade, onde ver num Domingo de manhã um Jude Law de ressaca vindo de uma disco é uma realidade) - e que tem as £25 necessárias de cada vez que quer ir ao Ronnie Scott's (sítio onde quem é alguém no mundo do Jazz já tocou)). Bem, dizia que a caminho pela zona este da cidade é fácil ver passar os topos de gama de todas as marcas que conheço, sejam carros, roupas, mulheres, ou que quer que seja. Cosmopolita é a palavra certa.
A noite na Koko teve momentos de electro excelentes, onde Trevor Jackson, 2Many Dj's e DJ Tiga, puseram muita gente a mexer.... quer dizer, ao princípio foi complicado. Estes bifes parecem só se divertir quando estão bêbados, mesmo quando a música é de alta qualidade. Apesar de a noite só ter começado pelas 23h (tarde para o padrão) e de a disco estar cheia, a pista estava vazia, deixando o DJ Manhead a por música para dar ambiente. Aqui sim, vêem-se grandes personagens (um gajo de cabeça rapada só com grandes madeixas por cima das orelhas a cairem-lhe até aos ombros, tipo poodle, leva o primeiro prémio), elas realmente vestem-se como se fosse Verão, mas não deixam de ser bifas.... Quando o Tiga subiu para passar o seu set a população feminina entrou em delírio... estranho...
Next day, non stop. Acordar à hora de almoço, comer, dar de caras com muita gente à entrada da residência, subir ao quarto para vestir qualquer coisa mais quente e me juntar ao maralhal para uma ida à exposição "Turks" sobre a história do império Turco de 600-1600, aquecer a cara com um sol de fim de tarde que teimou em aparecer (mas apareceu!), café com os sobreviventes à injecção de cultura no Starbucks (bem, acho que me vou ter que habituar a pagar £2 por um café de merda, servido em chávenas de "leitinho para o pequeno almoço"), voltinha pelo Green Park e pelo Hyde Park com uma tuga e com um sérvio, expresso no Bar Italia (muito bom, bem tirado e com o verdadeiro estilo italiano, mas pelas mesmas £2 do Starbucks..... tou lixado!), jantar num restaurante marroquino com chicha e chazinho de menta incluído (tudo pela módica quantia de £20 à cabeça) com mais um grego e uma "local" que se juntaram - o preço é directamente proporcional ao prazer que o jantar proporcionou ;) - e um pezinho de dança no "Freud", bar onde "Pixies rules" e onde todas as semanas exibem uma nova colecção de arte por algum desconhecido talento londrino.
Acho que não será por não ter nada para fazer que não vou gostar desta cidade!

O começo....

Que cidade deprimente... Vá lá que é só o primeiro dia! Ver neve a cair pode ser bonito, dentro de casa, é claro. Se andar pela rua até que também pode vir a ser giro, mas em Londres... ao frio... no meio de magotes de gente!
Preciso de trazer o Sol a esta gente!
Vêem-se coisas incríveis, um homem a correr de calcinhas de licra e t-shirt, com temperaturas negativas e a nevar. Sigo até ao Hyde Park, aí sim, começa a cena hardcore, são mais as pessoas que correm, e muitos de calçoezinhos e t-shirt.... Passa por mim um velhote, a correr. Só que este é mais esperto, leva um fato de treino. Vá lá, haja juízo!
A primeira impressão é de que é tudo enorme. Caminhei durante quase 4 horas em ruas largassimas, cheias de gente, ruas sem fim, que no mapa parecessem pequeninas. As lojas são demais! Fui a uma loja de material de aventura (roupa de montanha, mochilas, mapas, guias, bússolas e afins) e foram todos impecáveis, mesmo depois de dizer que não ia comprar nada, só a ver, levei uma aula sobre "Gore-Tex" e diferentes modelos de impermeáveis. É assim como Marrocos ao contrário, aqui só querem explicar e mostrar, não se vende!
Entretanto, já andei a pesquisar onde fica a "Rough Trade", loja de música onde vou comprar o bilhete amanhã para uma noite bem fixe na Koko. E ainda não cheguei há sequer 24 horas...